28/10/2013 - Barueri - SP
da assessoria de imprensa da Câmara de Barueri
A Câmara Municipal de Barueri recebeu, na quarta-feira, 23, a palestra "Doação de Órgãos", evento realizado em atenção à Lei 2.283/13, de autoria do vereador Tarzan (PMDB), que insere no calendário oficial de Barueri a "Semana de Doação de Órgãos e Tecidos".
O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos, um gesto de generosidade que salva vidas.
"A doação de órgãos é um gesto de amor que depende da autorização da família. Por isso, é importante que as pessoas comuniquem em vida seus familiares sobre este desejo”, lembrou Tarzan, anfitrião do evento.
Para reforçar a importância do gesto, a atividade contou com o depoimento do pediatra Breno Santana Leite, que trabalha em Barueri. Ele recebeu um transplante de coração em 2007 e falou sobre a angústia de quem aguarda por um órgão para poder sobreviver.
"Meus amigos e familiares sofreram comigo na fila de espera. E sei que hoje há milhares de pessoas na mesma situação e que aguardam uma oportunidade para continuarem suas vidas", discursou.
"Nas minhas frequentes internações, conheci pessoas que aguardavam órgãos para doação, como rins, fígados e pulmões. Vi muitos perderem a vida nesta espera", completou Dr. Breno, que recebeu o coração depois de cinco meses na fila.
Palestras
Doutor especialista em Cirurgia Cardiovascular e médico da Divisão Cirúrgica InCor (Instituto do Coração), Ronaldo Honorato Barros Santos considerou oportuna a criação da Semana de Doação de Órgãos e Tecidos para que a população tenha acesso a mais informações sobre o tema.
Dr. Ronaldo explicou o conceito de morte encefálica (a partir do qual a família pode permitir a doação de órgãos e tecidos) foi desenvolvido na década de 1960.
"É muito difícil para a família compreender quando o médico decreta a morte de alguém que ainda tem o coração batendo e a pressão arterial sob controle", lembrou. "A morte encefálica é um processo biológico que não pode ser freado. Os órgãos vão paralisando gradativamente", completou.
De acordo com o médico, um único doador pode beneficiar mais de 10 pessoas que estão na fila de espera, doando rins, fígado, coração e córnea, entre outros.
Ele ressaltou que a recusa no Brasil é pequena quando comparada a outros países. Apenas cerca de 20% das famílias brasileiras não permitem a doação dos órgãos. “Porém, a estrutura para acolhimento dos doadores ainda é insuficiente. São poucas equipes para atender o país inteiro”, lamentou o médico.
Coração
Sandrigo Mangini, doutor em Cardiologia e médico do Núcleo de Transplantes do InCor e da unidade de terapia intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein, falou sobre insuficiência cardíaca, principal mazela que demanda transplantes.
"É a linha final do mau funcionamento do coração, que vem após várias agressões que o coração sofre ao longo da vida: estresse, tabagismo etc", explicou.
De acordo com o médico, a população em geral ainda não tem consciência de quão sério são os problemas no coração.
"O diagnóstico de insuficiência cardíaca é tão grave quanto o de um câncer. Por isso, é importante se preocupar e tratar adequadamente. Um diagnóstico precoce permite um tratamento mais adequado e aumenta a chance de sobrevivência do paciente", completou.
Dr. Sandrigo mostrou ainda um dado preocupante: quase 50% dos pacientes em estado grave morrem antes de receber um transplante de coração. "Daí a importância de aumentarmos o números de doadores de órgãos no país", alertou.
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